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sábado, 24 de julho de 2010

Retrovisor


(O Teatro Mágico)

Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário,
Letras, lados, lestes...
O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade... Nada muda
A criança que me pediu dez centavos é um homem de idade, no meu retrovisor, a menina debruçando favores toda suja é mãe de filhos que não conhece. Vendeu-os por açúcar, prendas de quermesse...
A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele, e nesse tráfego acelero o que posso, acho que não ultrapasso e quando o faço nem noto...
O farol fecha...
Outras flores e carros surgem em meu retrovisor
Retrovisor é passado...
É de vez em quando... do meu lado.
Nunca é na frente
É o segundo mais tarde... próximo... seguinte...
É o que passou e muitas vezes ninguém viu.
Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu, o que agora só ficou no pensamento.
Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento.
Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas, mostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidas, deixa explícito que se vou pra frente coisas ficam para trás, a gente só nunca sabe... que coisas são essas.

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