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terça-feira, 26 de abril de 2011

Nos salões do sonho

Mas vocês não repararam, não?!
Nos salões do sonho nunca há espelhos...
Por quê?
Será porque somos tão nós mesmos
Que dispensamos o vão testemunho dos reflexos?
Ou, então
- e aqui começa um arrepio -
Seremos acaso tão outros?
Tão outros mesmos que não suportaríamos a visão daquilo,
Daquela coisa que nos estivesse olhando fixamente do outro lado,
Se espelhos houvesse!
Ninguém pode saber... Só o diria
Mas nada diz,
Por motivos que só ele conhece,
O misterioso Cenarista dos Sonhos!


[Mario Quintana-Velório sem defunto]

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Noturno Citadino

Um cartaz luminoso ri no ar.
Ó noite, ó minha nega
toda acesa

de letreiros!... Pena

é que a gente saiba ler... Senão
tu serias de uma beleza única

inteiramente feita
para o amor dos nossos olhos.

[Mário Quintana- Esconderijos do Tempo]